segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Hedda Gabler 1996

Após a dose dupla de 1985 com o teatro repertório do Grupo Tato (o infantil A bela e a fera e a ópera rock adulta Dadadada), eu só voltaria a um trabalho de ator de teatro dez anos depois. Nesse grande intervalo, dediquei-me a estudar e praticar metodologia da pesquisa (de poesia oral, para o romanceiro baiano), a fazer novo mestrado e meu doutorado, em antropologia social e sociologia comparada, na Université René Descartes Paris V en Sorbonne, com Michel Maffesoli, na França (1986/ 1990) e, também, a investir na gestão da área das artes.
Em 1991 e 1992, cuidei de música e artes cênicas na Fundação Cultural do Estado da Bahia. Daí até 1996, tratei da extensão universitária na UFBA. Em 1994, criei o Grupo Interdisciplinar de Pesquisa e Extensão em Contemporaneidade, Imaginário e Teatralidade - GIPE-CIT e, no mesmo processo, coordenei a criação e implantação do Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas, das Escolas de Teatro e de Dança da UFBA, que começou a funcionar em 1997 e é, há oito anos, o de melhor avaliação em sua área pela CAPES.

É verdade que, logo após o doutoramento, de volta a Salvador, retomei minhas atividades docentes (inauguradas em 1979, com a disciplina Filosofia da Dança, criada por Rolf Gelewski e continuada, antes de mim, por Romélio Aquino), bem como minhas incipientes experiências de encenador (antes com presépios vivos e espetáculos solos), dirigindo então duas mostras públicas e o espetáculo As aves, de Aristófanes, do VII Curso Livre de Teatro da UFBA, entre 1991 e 1992.

Mas, como ator, amei fazer o Dr. Jorge Tesman, ingênuo pesquisador marido de Hedda Gabler, na programação dos 40 anos da Escola de Teatro de nossa Universidade, embora nosso trabalho tenha sido naturalmente ofuscado pelo belo sucesso de A casa de Eros, superprodução dirigida, no mesmo contexto, por José Possi Neto.

Embora já com 45 anos, fui maquiado para parecer mais velho...


Nenhum comentário: